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DESENVOLVIMENTO
Felipe Rodrigues

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INTRODUÇÃO

A enxaqueca ou migrânea é condição que varia amplamente tanto em sua intensidade global como na intensidade de cada crise. Vamos desenvolver o tema pretendendo mostrar que esforços têm sido realizados para se medir a gravidade da moléstia. Veremos também que a avaliação somente do parâmetro dor, pode ser uma medida incompleta, que outras variáveis têm sido estudadas e quais os resultados que nos mostram o real impacto da migrânea não só sobre o indivíduo como para a sociedade como um todo.

Um dos maiores avanços na área de saúde da última década foi o crescente consenso sobre o valor de se medir o impacto de uma moléstia na qualidade vida relacionada à saúde. A opinião do paciente é fundamental para se avaliar o resultado do tratamento, entendido por muitos pacientes como a forma de se obter uma vida mais “eficaz”, que preserve seu perfeito funcionamento e bem-estar. Apesar do paciente ser o melhor juiz, dados referentes às suas experiências não são coletados de rotina. Uma das razões era inexistência de instrumentos válidos para se medir a qualidade de vida. O desenvolvimento de instrumentos para aferição de qualidade de vida trouxe nova dimensão aos estudos de impacto das doenças, pois eles permitem uma análise objetiva dos dados e a comparação entre as mais diversas culturas, por meio da tradução e da avaliação destes.A Diminuição das Capacidades é qualquer restrição ou falta de capacidade para realizar uma atividade na maneira considerada normal para o ser humano (OMS).
Para a enxaqueca, a diminuição das capacidades devido aos sintomas pode ser profunda. A intensidade da dor seria o principal fator, porém não o único. Há migranosos que, mesmo sem dor intensa, experimentam altos níveis de diminuição das capacidades, e outros com dor muito intensa e sem diminuição de capacidades. Em um estudo canadense, durante as crises, 77% dos sofredores têm limitações de atividade, 50% interrompem suas atividades e 30% têm de se deitar. Em um estudo de prevalência nos EUA realizado por Lipton e Stewart foi avaliado o grau de diminuição das capacidades provocado pela migrânea- nenhum:12%; leve ou moderado: 51,3%; intenso/vai para a cama: 35,5%; não sabem: 1%. Portanto, 86,8% dos pacientes têm diminuição das capacidades devido a enxaqueca.Como nos referimos na introdução veremos também como a Enxaqueca afeta a qualidade de vida.

Medida de qualidade de vida

O amplo espectro que constitui a sensação de bem-estar inclui o funcionamento físico e mental, o bem-estar, as limitações de atividade e a sensação geral de saúde. Há duas maneiras básicas para se avaliar a qualidade de vida: 1) as avaliações genéricas, como, por exemplo, o Shorr-Form 36(SF-36), que proporciona a aferição da opinião do paciente, comparando o ônus atribuível a determinada condição com os de outras moléstias e com pessoas tidas como saudáveis; 2) as avaliações de condições específicas, que permitem aferições para moléstias específicas ( por exemplo, Migraine Specific Quality of Life – MSQOF).
Ainda que uma condição crônica, acreditava-se que entre os ataques da enxaqueca o paciente apresentava excelente saúde. Estudos recentes têm mostrado, contudo, que os migranosos têm significativas limitações na qualidade de vida em relação à população saudável e mesmo quando comparados a outras condições crônicas.O SF-36, um questionário para avaliações genéricas mede os 8 aspectos seguintes da qualidade de vida:
A. Função do papel físico (a extensão em que a saúde interfere com as atividades diárias como o trabalho).
B. Dor (nas 4 semanas prévias).
C. Funcionamento social (extensão em que a saúde interfere com atividades sociais).
D. Saúde mental de maneira geral (nas 4 semanas prévias).
E. Funcionamento físico (capacidade de realizar tarefas mais ou menos básicas, ex. vestir-se).
F. Percepções gerais da saúde (como seria taxada a saúde).
G. Vitalidade (energia geral nas 4 semanas prévias).
H. A função do papel emocional (extensão na qual os problemas emocionais interferem com a vida diária).

Osterhaus e cols. Utilizaram o Sf-36 para comparar migranosos com a população saudável em geral. Migranosos que se classificaram como moderados , intensos ou muito intensos tiveram escores inferiores nas medidas de dor, funcionamento social, função da condição física, funcionamento físico e saúde mental do que não- migranosos. Esses autores compararam também a enxaqueca com outras moléstias crônicas, como osteoartrite, diabetes, depressão e hipertensão arterial sistêmica. Migranosos apresentaram menores escores, comparáveis apenas aos dos deprimidos.
Mariano e cols. avaliaram, em 2000, a qualidade de vida por meio da aplicação da versão traduzida e validada para a língua portuguesa do SF-36 (R) em funcionários de um hospital. Foram comparados os escores em migranosos com os obtidos pelo grupo- controle, sem cefaléia. Os resultados são expostos na figura 1.
Concluindo, podemos dizer que os migranosos relatam diminuição de seu funcionamento e de bem-estar tanto quando comparados com pessoas saudáveis como com outras moléstias crônicas. A enxaqueca seria, assim, tão ou mais debilitante quanto outras moléstias consideradas mais sérias.

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Avaliações de qualidade de vida específicas para a Enxaqueca(MSQOL).

O MSQOL é mais recente, porém já mostrou-se válido e consistente. Foram avaliados dados dos USA e do Reino Unido a respeito do número de crises e sua duração. O produto dessas variáveis fornece o tempo perdido em determinado período. Em ambos países houve correlação inversa entre qualidade de vida avaliada pelo MSQOL e o tempo perdido devido à Enxaqueca.

Em suma, podemos dizer que os Enxaquecosos relatam diminuição de seu funcionamento e de bem-estar tanto quando comparados com pessoas saudáveis como com outra moléstias crônicas. A enxaqueca seria assim, tão debilitante como outra moléstias consideradas mais sérias.
Resumindo:

  • Medir o impacto da doença sobre a qualidade de vida é essencial para quem cuida de saúde.
  • Qualidade de vida pode ser medida com questionários genéricos ou específicos.
  • Os genéricos servem para o estudo de diferentes populações com diferentes moléstias.
  • O questionário genérico mais usado para Enxaqueca é o SF-36.
  • Os Enxaquecosos relataram significativamente mais dor, maior restrição para as atividades diárias, pior estado mental, e funcionamento social que controles saudáveis.
  • Os Enxaquecosos relataram significativamente mais dor, maior restrição para as atividades diárias, pior estado mental, e funcionamento social que portadores de diabetes, osteo-artrite, HAS e depressão.
  • MSQOL é promissor como questionário específico.

Efeitos da Enxaqueca sobre as conquistas na vida e sobre a vida social e familiar

Já sabemos muito sobre a prevalência e a sintomatologia da enxaqueca, assim como seu custo em termos de cuidados médicos e absenteísmo. Porém, se olharmos para o indivíduo, que vive um conjunto único de circunstâncias, veremos que a enxaqueca afeta também as atividades sociais e familiares, e esse acometimento pode levar a problemas no trabalho ou na escola e a uma possível deterioração educacional e no trabalho.

Efeitos nas atividades diárias

No Canadá, foram estudados os efeitos da última crise migranosa em trabalhadores: 19% faltaram ao trabalho, 31% cancelaram atividades familiares e 30% deixaram de participar de atividades sociais. A duração média da limitação foi de 8 horas, 77% referiram limitação de atividades e 30% necessitaram deitar-se. Nos EUA, 38 milhões de dias são perdidos pelas donas de casa por ano, levando a conseqüências sobre o cuidado das crianças e do lar difíceis de serem avaliadas. Provavelmente a natureza imprevisível da moléstia cause um maior estresse e leve os pacientes a Ter dificuldades em organizar uma familiar normal.
Além disso, os migranosos, muitas vezes não sabendo ou confiando em seu diagnóstico, apresentam temores. Segundo Blau, os 10 principais são: 1) tumor; 2) perda de trabalho (inclusive doméstico);3) intensidade da dor;4) ficar louco; 5) freqüência ou duração da crise; 6) interferência com atividades sociais; 7) efeitos colaterais dos medicamentos; 8) sofrer um “derrame”; 9) “a cabeça explodir”; 10) ficar cego definitivamente.
Devido aos motivos expostos, o comportamento normal dos pacientes modifica-se substancialmente. Mais de 75% deles evitam supostos desencadeantes, muitos têm afetado sua decisão acerca de empregos, evitam situações sociais e festas que possam desencadear crises.
A enxaqueca diminui significativamente a qualidade de vida não somente durante os ataques como também nas remissões, quando ansiedade, medo e incerteza contribuem para um gradual retirada da maioria dos contatos sociais.

Efeitos da enxaqueca sobre a educação

Breslau e cols. estudaram 1.007 jovens migranosos. A maior porcentagem deles não termina o ensino médio, e a menor porcentagem completa a universidade. Outros estudos também indicam que migranosos têm menor desempenho acadêmico.
Foi estudado em Aberdeen o absenteísmo escolar por migrânea. Encontrou-se um média de 2,8 dias/ano (0-80). Além do mais, migranosos perdiam mais dias (5,0) por outras doenças que os não-migranosos (3,7), indicando que os migranosos podem ser mais vulneráveis, talvez pela ansiedade dos pais.

Efeitos da enxaqueca sobre o trabalho

Os efeitos da enxaqueca sobre a vida profissional podem ser resumidos no seguinte esquema:

Crises intensas -> perda de dias de serviço -> diminuição da produtividade -> ansiedade -> comportamento de esquiva ->limitação das oportunidades de trabalho -> diminuição da renda
->rebaixamento do status socioeconômico.
Estudos europeus mostram que os migranosos perdem, em média, de um a quatro dias/ ano de trabalho devido às crises e que trabalham cerca de oito dias/ ano com dor, quando têm sua capacidade reduzida em até 60%. Assim, concluímos que, além do absenteísmo, também a redução do desempenho deve ter conseqüências a longo prazo, alterando as possibilidades de conquistas e acarretando diminuição de renda.
Von Korff e col propuseram uma classificação que envolvesse a dor e a limitação imposta pela crise:
1. Grau I (pouca dor e pouca limitação)
2. Grau II (intensa dor e pouca limitação)
3. Grau III (limitação moderada)
4. Grau IV ( grande limitação)

Usando esta classificação em um grupo de 779 pacientes. Cerca de um quarto dos indivíduos de grau IV estavam desempregados, valor que cai para 10% para os com grau III, e menos de 5% para graus I e II.

Efeitos da enxaqueca sobre a renda

Ainda que existam dados conflitantes, o importante estudo de Stewart e cols. mostra uma clara relação invertida entre prevalência de migrânea e renda familiar. Nos grupos com renda anual menor que US$ 10.000,00 a prevalência de enxaqueca é de 60% maior que nos grupos com renda acima de US$30.000,00. Estudos conduzidos na Alemanha, Bélgica e Dinamarca não chegaram a resultado semelhante.Provavelmente outros fatores possam estar envolvidos, por exemplo, mulheres que constituem a maioria da população migranosa, tendem a ganhar menos que homens, também pessoas com maior renda podem considerar um sinal de fraqueza e assim relutarem em admitir ter migrânea. Resumindo, a migrânea pode causar profundas alterações emocionais e no estilo de vida, os pacientes podem desenvolver estratégias de lidar com a moléstia que o levam a retirada de atividades familiares e sociais. A maioria tem temores a respeito da dor.

Os custos da Enxaqueca para a sociedade

O conceito de custo de doença vem da percepção que a moléstia cria um ônus para o paciente, família e para a sociedade. Análise do custo de doença tenta padronizar e quantificar esse ônus e expressá-lo em termos monetários.
Os custos diretos incluem os cuidados médicos (diagnóstico, tratamento, medicamento), outros custos como transporte, equipamentos especiais. O custo agregado inclui gastos com pesquisas médicas, treinamento profissional, construções de edifícios, e administração de serviços. Na prática alguns custos são difíceis de avaliar, por exemplo custos com pesquisas básicas.
Custos indiretos medem-se em termos de valor de produção perdida que é atribuído à enfermidade, incluindo perdas de vencimentos e estimativa do valor dos serviços domésticos. A diminuição de efetividade no trabalho também deve ser avaliada e mensurada. Outros custos indiretos incluiriam menores oportunidades de promoção e educação, o paciente ter que submeter-se a mudanças de serviço que não eram pretendidas e o tempo perdido pelos acompanhantes.

TESTE: AVALIE O IMPACTO DA ENXAQUECA


Instruções para preencher o Questionário: Responda as perguntas abaixo considerando todas as dores de cabeça que teve durante os últimos 3 meses. Se uma dor de cabeça afetou mais de uma área de sua vida (por exemplo: Trabalho e Família),deve ser considerada mais de uma vez .Caso nenhuma das atividades não tenha sido afetada durante os últimos 3 meses, deve ser considerado Zero(Se necessário, recorra a um calendário).

Questionário
Dias
1.Quantos dias você perdeu de trabalho ou estudo por causa de dores de cabeça nos últimos 3 meses?
2.Quantos dias a sua produtividade no trabalho ou na escola reduziu-se pela metade ou menos devido à dores de cabeça nos últimos 3 meses?
(não inclua os dias que você perdeu e já contabilizou na pergunta anterior)
3.Quantos dias você não realizou afazeres domésticos(arrumação da casa, compras e cuidados com as crianças) devido à dores de cabeça nos últimos 3 meses?
4.Quantos dias sua produtividade nos afazeres domésticos reduziu-se pela metade ou menos devido à dores de cabeça nos últimos 3 meses?
(não inclua os dias que você perdeu e já contabilizou na pergunta anterior)
5.Quantos dias você perdeu em não participar de atividades sociais, familiares ou de lazer devido à dor de cabeça nos últimos 3 meses?

6.Quantos dias você teve de dor de cabeça nos últimos 3 meses?
(Caso a dor de cabeça tenha durado mais de um dia , conte cada um dos dias que durou.)

Total da Soma:

Após somar a pontuação dos itens 1 a 6, e o resultado for:

de 0 a 5, o MIDAS é GRAU I, ou seja, incapacidade mínima

de 6 a 10, o MIDAS é GRAU II, ou seja, incapacidade LEVE

de 11 a 20, o MIDAS é GRAU III, ou seja, incapacidade MODERADA

maior que 20, o MIDAS é GRAU IV, ou seja, incapacidade GRAVE

Com MIDAS maior ou igual a 6 deve se procurar um médico para diagnóstico e tratamento(
Clique aqui e veja os médicos especialistas).

Este teste,MIDAS (MIGRAINE DISABILITY ASSESSMENT),foi desenvolvido pelo Dr. Richard B.Lipton,Professor de Neurologia na Faculdade de Medicina Albert Einstein em Nova York e pelo Dr. Walter F.Stewart,Professor Associado de Epidemiologia,na Universidade John Hopkins em Baltimore.


Fonte Livro: “Cefaléias Primárias: Aspectos Clínicos e Terapêuticos”.Fernando Ortiz;Edgard Raffaelli Jr e col.. ( 2ª Edição). São Paulo: Editora Zeppelini, 2002.

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Sinais e sintomas da enxaqueca
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Impacto da Enxaqueca

Um dos maiores avanços na área de saúde da última década foi o crescente consenso sobre o valor de se medir o impacto de uma moléstia na qualidade de vida relacionada à saúde.
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"A dor inspira a arte"
Exposição de pinturas de pacientes que sofrem de Enxaqueca, os quais buscam atráves de suas vibrantes pinceladas a expressão cruel da DOR.
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Última atualização: 29 de fevereirode 2012 brasil Last modified: February 29, 2012
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