1.Cefaléia é sinônimo de Enxaqueca?
Cefaléia é sinônimo
de dor de cabeça, isto é, uma dor sentida a partir da região
periorbitária até a parte alta da nuca. Na Classificação
da Sociedade Internacional de Cefaléia, há 13 grupos, 56 subgrupos
e cerca de 150 tipos de cefaléia. Enxaqueca (ou migrânea) é
um grupo de cefaléia
2.Enxaqueca e migrânea são a mesma coisa?
Sim. Enxaqueca é uma palavra
derivada do árabe Ax-xaqiqâ, que significa “rachar no meio”,
que passou para o espanhol jaqueca e o português enxaqueca. Este termo
muitas vezes tem sido usado de modo impróprio e até pejorativo.
Por outro lado, Areteus da Capadócia usou o termo hemicrânia, termo
que passou para o latim, daí para o inglês arcaico como megrin
e posteriormente, migraine. Tal termo foi derivado para migrana e emicrania
em italiano e migraña em castelhano. Assim, como quase toda nomenclatura
médica vem de raízes greco-latinas, a Sociedade Brasileira de
Cefaléia sugeriu e os neurologistas brasileiros têm preferido o
termo migrânea, em nossa língua.
Não. A migrânea
é uma condição biológica cerebral, provavelmente
uma disfunção da transmissão neurovascular aminérgica,
geneticamente determinada, porém sofrendo influência de numerosos
fatores ambientais.
Sim. Inúmeros estudos
ao redor do mundo mostram que a prevalência da migrânea, no período
de um ano, corresponde a 8 a 15% da população. Se fosse considerada
a prevalência ao longo da vida, as cifras chegariam a 45%. Há um
predomínio do sexo feminino a partir da adolescência, sendo a relação
de cerca de 3 para 1, entre a terceira e quinta décadas. Esta relação
decresce ao final da quinta década(isto é, após a menopausa),
porém mesmo em etapas mais avançadas, o predomínio do sexo
feminino persiste.
Em parte, sim. Há um componente
familiar importante. A história familiar direta (pais, irmãos)é
positiva em 60% a 85% dos migranosos; contudo, não há coincidência
de 100% em gêmeos univitelínicos, sugerindo que há outros
fatores envolvidos.
6.Enxaqueca tem um impacto real sobre a vida?
Sim. A migrânea é
mais incapacitante das cefaléias primárias. Esta diminuição
de capacidade varia de paciente para paciente, mas de forma geral, é
bastante importante. A qualidade de vida dos migranosos é, em média,
pior que a de pacientes hipertensos, diabéticos ou com osteoartrite (moléstias
tidas como potencialmente mais graves). Estudos internacionais, principalmente
nos EUA, indicam uma perda anual da ordem U$11 bilhões, e que 30% ou
mais dos migranosos apresentam comprometimento funcional grave ou significativo
durante as crises.
7.Enxaqueca atrapalha os estudos e a formação acadêmica?
Sim. Médicos que lidam
com crianças com cefaléia sabem que geralmente estas crianças
são boas alunas. Porém, estudo realizado em Aberdeen, Escócia,
mostrou que o absenteísmo escolar por migrânea foi de cerca de
3 dias/ano (variação de 0-80). Além do mais, migranosos
perdiam mais dias (5,0/ano) por outras doenças que as crianças
não migranosas (3,7/ano), sugerindo maior “vulnerabilidade”
entre os migranosos. Um outro estudo epidemiológico mostrou que a prevalência
da migrânea é maior entre os que não terminam o ensino médio
(23%), decrescendo para 14% entre os que concluem o ensino médio , e
para 8% entre os graduados universitários.
8.Enxaqueca compromete o desempenho no serviço?
Sim. Estudos europeus e brasileiros
mostram que os migranosos perdem, em média, 1 a 4 dias/ano de serviço
devido às crises. Perdem, além disso, o equivalente a 8 dias/ano
por diminuição de produtividade. Assim, não somente o absenteísmo
como a redução de desempenho terão conseqüências
a longo prazo, alterando as possibilidades de conquistas profissionais, e ocasionando
diminuição de renda e possível rebaixamento sócio-econômico.
Em termos de empresas, o impacto também é importante. Estudos
comprovam que, durante as crises moderadas a severas, boa parte dos migranosos
(mais de um terço) necessita reduzir ou interromper temporariamente suas
atividades (em média, por meia hora).
9. O que é enxaqueca sem aura?
Seu sinônimo é enxaqueca
comum, termo não mais utilizado. A Classificação Internacional
de Cefaléia estipula critérios bem definidos para seu diagnóstico.
10. O que é enxaqueca com aura típica?
Distúrbio idiopático
e recorrente, que se manifesta por crises de sintomas neurológicos, que
se desenvolvem de modo gradual em 5-20 minutos, habitualmente duram menos de
60 minutos.
Cefaléia, náuseas, foto e/ou fonofobia seguem os sintomas da aura
ou imediatamente ou após intervalo livre inferior a uma hora.
A cefaléia habitualmente persiste por 4-72 horas, mas pode estar completamente
ausente. Note que a cefaléia, as náuseas e a foto/fonofobia não
são considerados sintomas aurais.
11.
Quais são as complicações da enxaqueca?
1. Estado migranoso: Crise de migrânea em que a fase de dor de cabeça
dura mais de 72 horas, a despeito do tratamento. Pode ocorrer intervalos “sem
cefaléia” de menos que 4horas (sono não incluído).
2. Infarto migranoso: (Termo previamente usado: enxaqueca complicada).
Descrição: Um ou
mais sintomas da aura migranosa, não totalmente regressivos dentro de
7 dias, e/ou associados à confirmação, por neuroimagem
(TC,IRM), de infarto isquêmico.
Critérios diagnósticos:
A- O paciente preencheu previamente
os critérios para 1 ou 2.
B- A crise atual é similar às crises anteriores, mas os deficits
neurológicos não regridem completamente dentro de 7 dias e/ou
a neuro-imagem demonstra infarto isquêmico em área pertinente.
C- Outras causas de infarto são afastadas por investigação
apropriada.
Comentário: Nenhuma relação causal tem sido estabelecida
entre migrânea sem aura e infarto cerebral. O infarto isquêmico
em paciente migranoso pode ser catalogado como:
a. infarto cerebral de outra
causa coexistente com a migrânea;
b. infarto cerbral por outras causas, apresentando-se com sintomas semelhantes
aos da migrânea, ou
c. infarto cerebral ocorrendo no transcurso de uma crise típica de migrânea
Aplicando critérios restritos,
somente a categoria (c) deveria ser codificada como infarto migranoso. Assim
sendo, reconhece-se que pacientes com auras migranosas estereotipadas podem
sofrer raramente um infarto cerebral, possivelmente devido ao mecanismo neurovascular
da migrânea, durante o curso de sintomas migrânea-símiles
atípicos para aquele paciente. Todavia, por causa da incerteza dos mecanismos,
um infarto cerebral sob tais circunstâncias deveria ser enquadrado dentro
da categoria (b). Não tem sido encontrado um aumento do risco de trombose
em pacientes migranosos, em estudos populacionais.
12. Quais os principais desencadeadores da crise de enxaqueca?
Biológicos:
Hormonais: menstruação, ovulação, substituição
hormonal
Dietéticos: lácteos (queijos curados, iogurtes, leite), álcool
(principalmente vinho), fermentados, pickles, glutamato monossódico (síndrome
do restaurante chinês), aspartame, nitratos e nitritos (salsicha, mortadela,
salame), cítricos, bananas, cafeína, chocolate.
Jejum ou falhar refeição
Alterações de ritmo de sono
Estresse: após atividade intensa, durante atividade intensa, perdas (mortes,
separação, divórcio), mudança (residência),
emprego (perda, troca)
Alterações ambientais:
Climáticas, sazonais, diferenças de fusos horários, altitude.
Estímulos sensoriais intensos: luz “piscante”, luz intensa,
listras, odores.
Saliente-se, contudo, que os migranosos não devem ficar retirando aleatoriamente
alimentos de sua dieta.
Para o álcool, há consenso que esta substância seja um potente
desencadeante, principalmente se o migranoso estiver num período susceptível.
Vinho tinto, conhaque e vodka têm sido particularmente incriminados
13. Existe relação da enxaqueca com a menstruação?
Sim. Cerca de 33% da mulheres
migranosas começam a sofrer as suas crises à época da menarca;
60% delas referem ter crises no período pré-menstrual, e 25% sofrem
as crises somente no período menstrual.
14. Existe relação entre enxaqueca e contraceptivos orais?
Sim. Estes medicamentos são
hormônios, geralmente uma combinação de formas sintéticas
de estrógeno e progesterona. Cerca de até 50% das mulheres que
iniciam CCO e que não apresentavam migrânea, passam a ficar susceptíveis,
principalmente, se houver história familiar positiva. Outras, já
migranosas, podem experimentar uma piora das crises.
Por outro lado, há um grupo de mulheres cuja migrânea não
é afetada pelo uso dos CCO, e há umas poucas que experimentam,
até mesmo, melhora da migrânea. Possivelmente, quanto menor a dosagem
hormonal da pílula, menor a possibilidade de acontecer uma piora.
15. A enxaqueca desaparece na menopausa?
Às vezes e em parte, sim.
Mulheres migranosas reagem à menopausa de várias maneiras. Muitas
sofrem um aumento da freqüência das crises ao entrar e ao atravessar
a menopausa, tendo uma correspondente diminuição após.
Outras respondem de modo diverso em cada estágio do processo. Como para
muitas mulheres há piora das crises no período menstrual, seria
tentador supor a migrânea desaparecesse após a menopausa. Na verdade
é que tanto homens como mulheres tendem a ter menos crises nas fases
mais avançadas da vida. Talvez, o processo da menopausa e do envelhecimento
sejam eventos distintos, porém correlacionados. Cada um teria sua ação
própria e uma interação no processo migranoso.
16. Porque uma pessoa sofre enxaqueca?
O cérebro da pessoa predisposta a sofrer migrânea exibe sinais de hiperexcitabilidade cortical, particularmente ao nível do lobo occipital. Entre as principais evidências encontram-se:
O fenômeno de “arrasto” pronunciado ao eletroencefalograma.17. Como se iniciaria uma crise de enxaqueca?
Frente a numerosos desencadeantes,
ocorreria neste cérebro sensível, um fenômeno de depressão
da atividade elétrica cortical, que, a partir de uma região inicial,
se propagaria para outras áreas cerebrais ( depressão alastrante
de Leão*)
Esta depressão alastrante ativaria o sistema trigêmino-vascular,
levando à inflamação vascular neurogênica e à
conseqüente estimulação de nociceptores, que enviariam tal
informação ao SNC, ativando novos mecanismos de processamento
de informações nociceptivas, que, por sua vez, levariam à
ativação autonômica (náuseas, vômitos, piloereção
e outros fenômenos).
18. O que é inflamação neurogênica?
Devemos nos lembrar que temos,
em vária regiões do organismo (pele, mucosas, trato respiratório
e no sistema nervoso, nas meninges) terminações sensitivas que,
quando nociceptivamente estimuladas, enviam impulsos aferentes pelas fibras
sensitivas para o Sistema Nervoso Central (SNC). No ponto de reunião
com outras ramificações da mesma fibra, estes impulsos podem caminhar
antidromicamente ( isto é, contrário ao sentido habitual) nesses
ramos, atingindo terminações neurovasculares, aí provocando
vasodilatação e extravasamento plasmático. Esse fenômeno
tem sido chamado “reflexo axonal”. Estas terminações
atingem também mastócitos, liberando histamina, acentuando esta
reação. Assim, um estímulo nociceptivo, não somente
faria com que o SNC fosse informado de uma agressão, como provocaria
na zona da agressão uma reação inflamatória, ou
seja, uma inflamação vascular neurogênica (asséptica).por
outro lado, esta reposta inflamatória pode também ser bloqueada
por diversos agentes, como por exemplo, a capsaicina ( um composto derivado
do extrato de pimenta, com propriedade anestésicas). Repetimos que essa
reação ocorre em várias partes do organismo; no SNC, pode
ser deflagrada nas meninges.
19. Qual a importância do sistema trigêmino-vascular?
Estudos histoquímicos
mostram a existência dessas terminações neurovasculares
também nos vasos sangüíneos intracranianos que, quando estimuladas,
liberam neuropeptídeos vasodilatadores e inflamogênicos ( substância-P,
neurocinina-A, CGRP ou peptídeo relacionado ao gene da calcitonina),
galanina. Os corpos celulares desses neurônios encontram-se no gânglio
trigeminal. São portanto, fibras trigêmino-vasculares.
Assim, há estruturas intracranianas passíveis de precipitar e
também de bloquear a inflamação neurogênica .
Repetindo, estímulos diversos (por exemplo, luz muito intensa) promoveriam,
em indíviduos susceptíveis, eventos neurofisiológicos corticais
( como a depressão alstrante) que, por sua vez, provocariam inflamação
neurogênica nos vasos piais, resultando em vasodilatação,
extravasamento plasmático e envio de impulsos nociceptivos para o núcleo
trigeminal, e deste a núcleos autonômicos e ao SNC- sendo tais
estímulos processados e percebidos como “dor” e como sintomas
autonômicos (náuseas, vômitos, etc.).
Provavelmente, existe também mal funcionamento de sistemas anti-nociceptivos
centrais serotoninérgicos e catecolaminérgicos, que, ineficazes,
acentuariam a percepção dolorosa.
A descrição sumária dos mecanismos fisiopatológicos
serve para mostrar o grau de complexidade em que se encontram as pesquisas,
e para tentar facilitar a compreensão do mecanismo de ação
dos modernos fármacos.
20. Quais as evidências ligando a serotonina à enxaqueca?
Durante a crise, ocorre aumento do metabólito da serotonina (5HT), o ácido 5-(OH)-indol-acético (5-HIAA) urinário, liberação de fator liberador de 5-HT na corrente sangüínea, e diminuição de 5-HT na veia jugular interna.21. Quais as expectativas dos pacientes e dos médicos em uma consulta de cefaléia?
Pacientes freqüentemente
se sentem inseguros ao procurar o médico para tratamento de sua migrânea,
pois estão acostumados com a respostas do tipo “é assim
mesmo”, ou “ aprenda a viver com sua enxaqueca”. A medicina
moderna pode, sem dúvida, mudar completamente a qualidade de vida do
migranoso com terapêutica apropriada e /ou específica.
Devemos nos lembrar que muitos dos pacientes chegam ao consultório já
com um histórico de vários anos de doença, peregrinação
por diferentes médicos, e uso crônico e abusivo de diferentes medicações,
além de manifestações ansiosas e/ou depressivas.
Uma pesquisa com médicos e pacientes migranosos comparando as expectativas
do paciente e o que o médico acha que o paciente deseja mostra os seguintes
resultados
Médicos imaginam que Pacientes esperam:
Pacientes queiram:
Alívio da dor 66% Explicação 46%
Explicação 22% Alívio da dor 31%
Medicação 6% Ser examinado 7%
Outros 6% Outros 16%
22.Como aparecem no consultório os casos de cefaléia?
De maneira geral, as cefaléias
se apresentam com um dos três padrões:
1. Benignas, recorrentes, episódicas, disfuncionais. Migrânea,
CTT (cefaléia tipo tensional), cefaléia em salvas. A história
é patognomônica, o exame neurológico é normal.
2. Cefaléia intensas de início abrupto: entre as causas possíveis
estão a meningite e a hemorragia subaracnóidea; menos freqüentemente,
a hipertensão intracraniana (tumores, hidrocefalia, hematoma subdural),
ou ainda uma alteração vascular (dissecção arterial,
hemorragia intraparenquimatosa).
3. Cefaléias com curso subagudo ou cronicamente progressiva, de intensidade
variável e que não satisfaz os critérios diagnósticos
de cefaléias primárias. Aqui aparecem desde a cefaléia
crônica diária e a cefaléia de rebote, às disfunções
metabólicas (hipercapnia), até as lesões estruturais.
23.Quando devo desconfiar de uma doença “grave”?
Conforme sua definição,
a migrânea é uma cefaléia primária, isto é,
não existe uma lesão cerebral estrutural subjacente (macroscópica).
Lesões que ocupam espaço geralmente estão associadas a sinais
neurológicos, como paresias ou convulsões. Devemos sempre procurar
sinais de hipertensão intracraniana e/ou de localização.
Sinais de alerta: ( cuja presença de qualquer um deles deve fazer com que
pensemos seriamente em invetigar) são:
24. Quais seriam os sinais que tornariam remotas as chances de uma moléstia subjacente grave?
Cefaléias anteriores idênticas.25. Quando devo encaminhar para neurologista?
Para cuidar de um paciente com
cefaléia, é crucial saber realizar o exame clínico neurológico
“básico”.
A grande maioria das cefaléias são benignas ( migrânea,
cefaléia tipo-tensão), raramente necessitando investigação.
Já discutimos uma série de situações sugestivas
de causa grave. Pensamos que estes casos devam ser encaminhados para o especialista,
pois a investigação indiscriminada não é a melhor
conduta.
26. Qual o médico mais treinado para lidar com cefaléia?
Com as ressalvas já feitas,
o clínico ou o ginecologista interessados podem resolver a maioria dos
casos. Situações que necessitam investigações pelo
neurologista estão relatadas nas questões anteriores. Restarão,
ainda, alguns casos de cefaléia primária, cujo manuseio possa
demandar sutilezas e estratégias, em que um médico particularmente
interessado ( assim chamado cefaliatra) seja eventualmente essencial.
A Sociedade Brasileira de Cefaléia tem promovido numerosos cursos nos
últimos 20 anos, por todo o país, gozando de boa reputação
a nível nacional e internacional.
27. Quais as possibilidades terapêuticas para a enxaqueca?
As possibilidades são:
Não farmacológicas- evitar desencadeantes, terapias para lidar apropriadamente com o estresse, biofeedback, e repouso em quarto escuro.28.Quando está indicado o tratamento profilático?
Não temos regras rígidas, porém as seguintes sugestões são pertinentes:
Mais de 2 crises por mês29. Quais os tratamentos profiláticos mais comuns?
Deve-se adequar ao fármaco
às peculiaridades do paciente, isto é, podemos utilizar seus efeitos
secundários como benefícios ao paciente (por exemplo, na migrânea
associada à hipertensão arterial, beta-bloqueador pode ser uma
boa opção).
O tempo de profilaxia é variável. Nossa opinião é
que não deve ser demasiado curto. Se for necessário tratamento
profilático, que ele dure muitos meses, até que se obtenha melhora
efetiva e estável.
A tabela abaixo mostra alguns fármacos utilizados na profilaxia da migrânea
e seus possíveis mecanismos de ação.
Fármaco | Mecanismo |
Amitriptilina, Nortripitilina |
Inibição da
recaptação sináptica de serotonina |
Metisergida, pizotifeno, ergotamínicos |
Agonismo em receptores serotoninérgicos pré-sinápticos ( auto- receptores) |
Flunarizina | Diminuição
da liberação de seretonina, proteção cerebral contra hipóxia, inibe a "depressão alastrante" |
Propanolol, Nadolol e Atenolol |
Diminuição
de atividade noradrenérgica encefálica e inibição de receptores serotoninérgicos corticais |
Valproato | Aumento de GABA- ação
sobre núcleo caudal do trigêmeo, inibição de inflamação neurogênica, inibição de mecanismos dependentes de NO |
Topiramato | Reverte a hiperexcitabilidade
neuronal tanto por aumentar a atividade GABAérgica como por bloquear
canais de sódio, cloro e sub-receptores de glutamato do tipo AMPA.![]() |
30.Existe regras básicas para o tratamento
da crise?
Sim. Alguns princípios úteis para o tratamento abortivo das crises:
Ter certeza do diagnóstico da migrânea (enxaqueca).A medicina moderna tem feito
avanços concretos na abordagem terapêutica de muitas doenças,
entre as quais se incluem a Enxaqueca. Um melhor conhecimento dos mecanismos
fisiopatológicos da Enxaqueca tem proporcionado a introdução
de novas drogas no controle das crises e um tratamento mais eficaz. Não
obstante o avanço no tratamento farmacológico, não se pode
garantir a cura da Enxaqueca com esses novos tipos de tratamentos. Portanto,
não há tratamento curativo para a Enxaqueca, e é possível
que muito tempo se passe antes que sua cura possa ser materializada. Em muitos
casos, o que se consegue com o tratamento profilático é uma estabilização
do quadro, mantendo-se os pacientes livres de suas crises por longos períodos.